terça-feira, 27 de janeiro de 2009

NÓIS É PÓBRI MAIS SÍ DIVÉRTI!

Semana passada foi um tanto complicada para este que vos fala: Muito trabalho, pouco dinheiro e umas tantas contas extras que eu não esperava. Tudo bem, janeiro é mesmo o mês das contas. Então chegou o fim de semana. Pensei com meus botões: Vai ser mais um final de semana modorrento! Mas eu estava enganado. Redondamente enganado.

Eu e minha digníssima patroa, Alessandra, combinamos com um casal de amigos, Ana Paula e Alexandre, para irmos ao ensaio da Mangueira à noite. Todos que me conhecem sabem que sou do rock, mas ensaio de escola de samba é um lugar onde eu consigo me divertir. Não pela música ou pelas mulatas, ou pela dança. O que me diverte nesse tipo de evento é a fauna que habita o ambiente. Eu morro de rir...

Chegamos à quadra, que surpreendentemente não estava tão cheia assim. Bendito Cabofolia que levou a playboyzada pra longe! Entramos, pegamos uma mesa, e de repente, não mais que de repente, de dentro de uma bolsa feminina, não muito grande, saltam duas garrafas de whisky! Duas!!!! Perguntei a dona da bolsa se ela não queria se apresentar no Faustão, naqueles shows de mágica. Inesperadamente senti-me seguro com aquilo: Afinal, se nós conseguimos entrar com duas garrafas de whisky, o Zuquinha do Buraco Quente estava lá com duas escopetas e uma AR15.

Como não sou adepto da bebida escocesa, pedi meu balde de cerveja. Balde mesmo, desses de lavadeira. Ainda bem que a cerveja era Antártica e estava gelada. Foi então que comecei a fazer o que mais gosto nesse tipo de evento: observar.

A coisa mais difícil da gente encontrar na quadra da Mangueira, num sábado às vésperas do carnaval, é o povo da comunidade sambando. Em compensação tinha tanto gringo que por um momento pensei que estivesse em Amsterdã. Nunca na vida pensei em ver um branquelo, loiro quase albino, falando norueguês, carregando um balde de plástico, desses de 1,99! Isso que é globalização!

A rainha de bateria da Mangueira é a Gracyane, a namorada do Belo. Segundo a minha amiga Ana Paula, ela é prima do Escorpião Rei, já que o abdômen e a cauda de ambos são proporcionais. Para impedir que eu visse a cena, minha esposa tapou meus olhos com um encarte de um dos patrocinadores da escola, que antes estava em cima da mesa: Os Supermercados Cristal.

Foi então que me acabei... De rir! Nunca vi nada tão surreal!!! Enquanto outros mercados fazem promoção de carnes nobres e produtos de marca reconhecida, o tal Supermercados Cristal anuncia o seguinte, como vocês talvez consigam ver na foto acima:

- Mocotó Kilo (não é Quilo, é Kilo mesmo, rsrsrsrs. Na foto do produto dá pra ver até a unha do coitado do boi)
- Fígado de frango Kilo (O fígado da foto está pior que o meu. Alessandra quase vomitou ao ver a fotografia)
- Coração Bovino Kilo (Só e contei umas três pontes de safena no bichinho...)
- Canjiqunha Nêga Maluca (Será que é a dona da fábrica?)
- Ervilha Partida D’ Nuva (Amarga na boca e arde na vulva, rsrsrsrsrs)
- Papel Higiênico Fofinho – Pacote com 4 rolos = R$ 1,25 (Pelo preço deve ser fofinho como uma lixa d’água)
- Leite Condensado Piracanjuba (Esse pra mim é o campeão, rsrsrsrs)

Fiquei imaginando um gringo daqueles comendo Fígado de frango com canjiquinha Nêga Maluca, de sobremesa um pote de leite condensado Piracanjuba e limpando o rabo com papel higiênico Fofinho, rsrsrsrsrs. Tive curiosidade para saber onde ficava o tal Supermercado Cristal. Um ficava na porteira do inferno e o outro no colo do capeta, rsrsrsrs.

Você pensa que acabou? Ledo engano... Terminado o bailão todos nós estávamos famintos. Alguém teve a infeliz idéia: “Que tal um hambúrguer?” Foi então que meu amigo Alexandre se antecipou e pediu logo dois “X-Tudo”. Olhei a cara da barraquinha, embaixo do viaduto em frente à quadra da Mangueira, e já senti uma cólica. A simples visão da chapa me deu ânsia: Os ovos pareciam que estavam sendo fritos em óleo diesel e o bacon era tão branco que parecia que tinha saído direto da minha batata da perna, rsrsrs

A cena parece que enjoou todo mundo. Fomos para a casa do casal Ana e Alexandre e jantamos, às 6 da matina, arroz, feijão, lasanha e ovo frito. Antes de dormir pensei como deveria ser almoçar rim com canjiquinha, ir para a quadra para ouvir o samba do lado de fora e depois comer um “X-Tudo” da barraquinha embaixo do viaduto. Para uma boa parcela da população esse é o lazer do fim de semana. E a contar pelos sorrisos, essa gente estava se divertindo muito mais do que muito engomadinho lá de dentro...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

DE ONDE MENOS SE ESPERA É QUE NÃO SAI NADA MESMO!


Finalmente 2008 virou passado. O ano de 2008 foi um ano bom para uns e um ano de bosta para outros, como acontece em todos os anos. Porém 2008 foi o ano ideal para exemplificar minha teoria da “Involução da Espécie humana”, baseada na máxima do Barão de Itararé: “De onde menos se espera é que não sai nada mesmo!”.

Vejamos exemplos:

- Futebol: A seleção brasileira comandada por Dunga, o Maguila dos gramados, conseguiu fechar o ano em 5º no ranking da FIFA, pior colocação desde que ranking foi criado; Pior foi pra turma da colina, que achou que seria impossível montar um time pior do que o de 2007. pois o Eurico conseguiu e o Vasco foi pra vala.

- Música: Além de não ver surgir nada realmente interessante nas rádios, ainda tivemos que engolir o renascimento das famigeradas duplas sertanejas, com o aparecimento de coisas como Vítor e Leo, Jaca e Jeca, Calunga e Trapizomba. Pô, estou cansado de escutar meu vizinho de cima cantar: “Foda, foda maldita...” Aí eu grito: - É fada! Fada, seu imbecil!!! Se a música é ruim, cantada errado é tétrico.

- Televisão: 2008 foi o ano de Maisa e da novela “Os Mutantes”. Maisa, a menina monstro, para mim uma anã fantasiada de criança, ganhou notoriedade ao responder perguntas sem sentido com respostas mais sem sentido ainda, feitas por um Silvio Santos cada vez mais gagá. Já a novela “Os Mutantes” da rede Record conseguiu 24 pontos no IBOPE, recorde da emissora, com uma história bizonha, efeitos especiais grotescos direção mal acabada e elenco ultrapassado e inexpressivo.
Putz, é ou não é pra rezar pelo futuro da humanidade?