terça-feira, 15 de julho de 2008

E HORA DE ATEAR FOGO NO PAÍS!

Sábado fui a um “botafora” na casa do Di e da Alê, um casal que está deixando as longínquas paragens de Jacarepaguá para sorver o vento marinho do Leme. Gente legal, boa comida, bebida, música e papos pra lá de interessantes, que fazem a gente pensar. Tanto que numa coluna só ficaria muito grande, por isso decidi dividir em duas, uma hoje e outra semana que vêm. E a de hoje é a seguinte:
OU A GENTE ATROPELA A HIPOCRISIA, OU A HIPOCRISIA ATROPELA A GENTE
Peço desculpas aos amigos presentes pela exasperação do meu tom de voz, mas é que esse assunto realmente me tira do sério. Conversávamos sobre a lei Seca, quando um assunto veio à tona: Dar ou não propina.
Fiquei pensando na lógica da feira: Numa feira livre quem ganha mais não é o feirante ou o agricultor, e sim o atravessador, só pelo simples fato de disponibilizar o produto de um para o outro vender. Nessa história da “lei seca” acontece a mesma coisa. Quem vai se dar melhor não é o governo que evitará mais mortes no trânsito, ou a população que ficará mais segura ao trafegar pelas ruas. Quem vai se dar melhor será a polícia, que por sinal, já tem até tabela de propina elaborada.

Acordei no domingo e fiquei me imaginando dando “cinqüentinha” para um bandido uniformizado chamado de policial, como se fosse eu um cheirador ralé e inveterado, pego pelos “homens” na descida do morro, com o bolso cheio de “papel”. Não sei se foi a ressaca ou se foi esse pensamento, mas fiquei com um vontade louca de vomitar. Com essa idéia e a dor de cabeça me martelando o juízo, cheguei a uma conclusão:

OU A GENTE ATROPELA A HIPOCRISIA, OU A HIPOCRISIA ATROPELA A GENTE
Precisamos tomar uma posição urgente. Eu, você, todos nós. Nós só vamos mudar o Brasil se finalmente admitirmos que somos fora-da-lei!

Somos fora-da-lei quando inventamos um jeitinho para sonegar o imposto de renda. Ele é arbitrário e injusto, mas é a lei. Somos fora-da-lei quando votamos em alguém apenas pelas benesses que talvez recebamos, seja em dinheiro, comida ou emprego. Somos fora-da-lei quando damos uma esmolinha ao mendigo ou pagamos ao “flanelinha” para ele vigiar nosso carro. O mendigo não vai matar sua fome com dez centavos e tampouco o “flanelinha” vai impedir que seu carro seja roubado. Somos fora-da-lei quando usamos nosso poder econômico ou status social (vide juizes, promotores, desembargadores) para tornarmos exceção à regra, à lei. Finalmente, somos fora-da-lei porque damos propina a policiais, fiscais e outros da mesma corja, para que eles deixem passar nossos pequenos deslizes, mesmo que as regras e leis sejam absurdas, eleitoreiras e inconstitucionais.

Somos fora-da-lei e ponto final! Então, agentes do governo responsáveis pelo bom cumprimento da lei e da ordem, processem-nos e prendam-nos! Pois nós nunca mais vamos lhes dar um centavo! Quero ver se vai existir cadeia e tribunal para um país inteiro. Aí vocês, agentes da lei, vão achar muito trabalhoso, e como trabalho não é uma coisa a que vocês são muito chegados, mudar-se-ão as leis. Aí então, finalmente o país vai pra frente.

Só à título de registro: Neste encontro no sábado, bebi normalmente e voltei dirigindo de Jacarepaguá, lugar que não conheço e me perco sempre, à Niterói, às 3 horas da manhã. Não cometi nenhum acidente, e por sinal, nenhuma falha de trânsito, como avanço de sinal, por exemplo. Nesse “gato e rato” que se transformou o trânsito, venci mais uma. Resultado final: Spitz 1 x Polícia 0.

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